O Conselho Federal de Psicologia, no final de 2021, em ação conjunta com a Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente (ABRAPA) e com o GT de Psicologia Ambiental da ANPEPP, criou o Grupo de Trabalho Psicologia Ambiental.
Se os modos de vida hegemônicos na atualidade já questionavam os efeitos subjetivos da relação humano-ambiente, a pandemia de COVID-19 não deixa dúvidas sobre a necessidade e a urgência de a Psicologia se debruçar sobre essa temática.
A Psicologia Ambiental, como uma das áreas mais novas da Psicologia, nas últimas décadas, constrói um campo científico cada vez mais consistente no cenário nacional. Entretanto, infelizmente, nem sempre é conhecida, seja nos cursos de graduação seja como instrumental para políticas públicas.
A relação pessoa-ambiente, como uma temática complexa e multifacetada, exige o investimento teórico-prático transdisciplinar. Assim, é comum o trabalho, por exemplo, com biólogas(os), arquitetas(os), urbanistas(os), geógrafas(os), antropólogas(os) e sociólogas(os).
Apesar dessa característica intrínseca à área, de atuação em fronteiras, defendemos que a Psicologia necessita dar também a sua resposta, compreender e explorar as suas contribuições para o enfrentamento da grave crise humano-ambiental que vivemos. Se esse tema é interesse de várias áreas há décadas, a Psicologia tarda ao não o abraçar.
O Catálogo de Práticas em Psicologia Ambiental dá assim um passo em direção a essa pauta no campo da profissão, a fim de avançar nosso compromisso ético-político com a produção de novas, melhores, saudáveis e mais justas formas de vida. A consciência de que humanos são ao mesmo tempo causadores e vítimas das problemáticas ambientais clama por uma valorização das ações que se voltam para esse enfrentamento e para a construção de uma preocupação constante de nossa área com o presente e o futuro da nossa vida no planeta.
O material aqui publicado busca trazer a um público ampliado da Psicologia algumas das contribuições da área e esperamos que cumpra sua função de visibilizar ações de psicólogas(os) e de estudantes que tomam a relação pessoa-ambiente como objeto de atuação.
Que ele seja um instrumento para o engajamento da profissão com uma visão crítica das problemáticas socioambientais contemporâneas que tanto causam desigualdades, sofrimento e adoecimento.